Nicolau de Cusa | A Douta Ignorância
A minha primeira leitura intencional de filosofia manteve-se longa com todas as voltas e reviravoltas que provocaram atrasos constantes. Os momentos de tranquilidade foram difíceis de encontrar, porque a leitura de filosofia requer calma e silêncio, mas finalmente cheguei à última página.
Apesar da importância do seu pensamento, Nicolau de Cusa nunca foi valorizado no espaço do pensamento europeu, caindo completamente no esquecimento.
Descobri-o por ter lido Jorge de Sena que revelou ter sido o seu mestre de pensar, caso contrário jamais o leria.
Imbuída pelo meu desejo de ler mais filosofia embarquei nestas páginas com medo e agora que as termino congratulo-me por o ter vencido.
Sobre o que escreve Nicolau de Cusa neste seu livro?
Apesar da minha resposta ser redutora, ele escreve sobre o saber do não saber, sobre a apreensão do conhecimento e os seus limites:
Acolhe, pois, como minhas conjecturas, estas descobertas que abaixo exponho, extraídas das possibilidades do meu modesto engenho, através de não pequena meditação, talvez bastante inferiores às maiores fulgurações intelectuais, as quais, embora tema que possam ser desprezadas por muitos, devido à inépcia do meu modo de as comunicar, eu distribuo, todavia, às mentes mais altas, como se fossem alimento não de todo desadequado a ser transformado em ideias intelectuais mais claras.
Nicolau de Cusa