Nunca ouvi uma gargalhada saída da sua boca
Rómulo era alto, muito bonito e atraente. Chamava a atenção. A sua presença tinha uma característica: aparentava altivez e distanciamento.
Quem o olhasse pela primeira vez e com ele não trocasse palavras, notaria um ar longínquo e muito sério. Contudo, assim que se começasse a falar, o interlocutor perceberia que estava ali uma pessoa de uma generosidade absoluta, pronta a ajudar e a compreender e assim se desvanecia qualquer outra ideia.
Durante toda a minha vida nunca, mas nunca ouvi uma gargalhada saída da sua boca, um riso num tom mais elevado. Não. Sempre o vi sorrir em todas as ocasiões, porém, nunca o vi rir.
in Rómulo de Carvalho / António Gedeão - Príncipe Perfeito de Cristina Carvalho