19
Set19
O meu pior crítico
As palavras ainda não arrefeceram da tinta quente que me entonteceram as veias e corro, coração de mãe a bater a todo o vapor, em busca deste pequeno leitor que saiu em luz do meu ventre para lhe roubar a opinião sobre o que vou publicar amanhã no desafio de escrita dos pássaros.
Lê de olhos inquietos, como se no tardar de uma palavra fosse perder o ar e eu, num gritinho contido de menina, que pulula de um pé para o outro, resmungo 'então, o que achas?'.
Inabalável, sem tremura na voz ou remorso na alma, responde:
- Isto dá-me sono.