O nosso complexo de anões
Seria preciso escavar séculos de inconsciente nacional para perceber o que nos torna um povo tão melindroso com personalidades insolentes, génios furiosos, orgulhosos solitários ou simplesmente pessoas que gostam de andar “por caminhos esconsos”.
No documentário que Joana Pontes fez sobre Jorge de Sena, O Escritor Prodigioso, o depoimento do artista Fernando Lemos parece tocar no fulcro da questão, designando-o como “o nosso complexo de anões”.
Anões que não suportam quando alguém “é mais alto” por isso mandam de imediato que se lhe cortem esses centímetros como “se fossem uma excrescência”. Ora Jorge de Sena tinha esses centímetros a mais não apenas na literatura mas também na academia.
in Jorge de Sena: cem anos a estragar as festas de Joana Emídio Marques