O planeta não está a morrer, está a ser assassinado
Decidi apontar as alterações climáticas como a notícia do ano não só pelo acordar de consciências que Greta Thunberg transformou na sua luta e na de todos nós, mas também pelos desastres naturais a que temos assistido um pouco por todo o mundo.
O relatório anual da Organização Mundial de Meteorologia indicou que a última década foi a mais quente desde que há registos.
Ondas de calor, cheias, ciclones tropicais e incêndios têm sido cada vez mais devastadores e são cada vez menos uma excepção. A concentração de CO2 na atmosfera bateu o recorde de 408.7 partes por milhão em 2018 e continuou a subir em 2019, a água do mar é hoje 26% mais ácida do que no início da era industrial, danificando os ecossistemas marinhos e os bancos de gelo no Árctico têm-se aproximado de um mínimo histórico.
O aumento da temperatura, a subida do nível médio da água do mar, os desastres naturais que desalojam milhões de pessoas e matam outras tantas bastariam para o cerne da nossa preocupação, mas muitos de nós esquecem-se que as alterações climáticas trazem com ela o aumento da fome global e a escassez de alimentos provocando catástrofes humanitárias praticamente impossíveis de resolver, porque todo um planeta definha deixando de nos dar suporte de vida.
Como convencer os países mais poluentes do mundo que ganham milhões com a exploração do planeta a aceitar restrições à sua ganância e protegerem um planeta que é de todos nós?
Porque o planeta não está a morrer, está a ser assassinado e os assassinos são milionários com nome e morada, cuja única preocupação é ganhar mais e mais à custa dos recursos naturais do mundo inteiro.