O regresso da Europa-América e um festival em que toda a literatura é Utopia
A Europa-América, uma das mais antigas editoras portuguesas, está de volta ao mercado editorial. Foi através das edições acessíveis desta editora que li muitos dos livros que fazem parte da minha história como leitora, por isso aplaudo a coragem do seu regresso. O objectivo é não só relançar a marca, mas também garantir a publicação regular de autores não editados em Portugal, fomentando a leitura junto de novos públicos.
Ao longo de 11 dias Braga foi palco do Festival Utopia e do que de melhor o livro tem para dar. Um evento com mais de 100 convidados que, em conjunto com as forças vivas da cidade — universidades, bibliotecas, livrarias, agentes culturais — contou com autores de primeira linha. Ricardo Araújo Pereira, Miguel Esteves Cardoso, Ludmila Ulitskaya, David Mitchell, Bruno Nogueira, Lídia Jorge, José Rodrigues dos Santos, ou Gilles Lipovetsky foram alguns dos nomes que passaram pela primeira edição do Utopia, que teve como tema “Territórios Literários”.
Em 2024, o Utopia vai voltar a sublinhar a importância do livro em todas as suas dimensões, “invadindo” as ruas e espaços culturais de Braga, e tendo como prioridade o reforço da participação das estruturas locais. Posteriormente, o Utopia “voará” para outros destinos. A organização pretende que a iniciativa, criada como uma marca de festivais literários, chegue a Espanha em 2025 e à América Latina em 2027:
Tal como a ilha imaginada por More, toda a literatura é uma utopia que defende e projecta uma certa ideia de bem comum. Simultaneamente, é através de parábolas e imagens inventadas que os autores são capazes de expor os medos, os sonhos e os anseios dos homens.