30
Mar22
Revejo o teu vulto na porta do «embarque» no aeroporto a dizer-me adeus
Minha querida Mécia, meu amor
A saudade imensa que sinto de ti, a amargura de não estares ao meu lado sobrelevam a sensação estranhíssima de respirar o ar livre do Brasil que logo no avião começou. Revejo o teu vulto na porta do «embarque» no aeroporto a dizer-me adeus e de tantas vezes que nos temos separado e de tanto sermos um, foi esta a separação mais dolorosa. Creio que poucas vezes terei sofrido tanto e sei também que cada vez mais somos um só, vivemos um no outro, meu Amor, não é?
in Correspondência Jorge de Sena e Mécia de Sena «Vita Nuova» (Brasil, 1959-1965)
com organização de Maria Otília Pereira Lage