Sem ti, eu faria talvez poemas, e nada mais
São Paulo, 3/10/59
Meu amor, minha querida Mécia
(...) A minha vida e não só ela, como eu próprio, não tem sentido senão em função de ti.
Por ti e para ti, pelo teu amor eu vivo, ou nada valeria para mim – esta é que é a verdade.
És a minha consciência, o meu gosto de viver, a minha dignidade, tudo o que vale a pena. Sem ti, eu faria talvez poemas, e nada mais. Mas fá-los-ia? Acharia que valia a pena fazê-los? Ou apenas sonambulamente vaguearia? Oh meu amor, minha vida que tu és.(...)
Beijos, beijos e saudades do teu que te aperta contra o coração
Jorge
in Correspondência Jorge de Sena e Mécia de Sena «Vita Nuova» (Brasil, 1959-1965)
com organização de Maria Otília Pereira Lage