Em 1925, Averchenko adoeceu depois de uma operação para remover o olho. Foi transferido para o Hospital Municipal de Praga com um diagnóstico de "fraqueza do músculo cardíaco, distensão da aorta e esclerose dos rins".
Os médicos não conseguiram salvar a sua vida e faleceu na manhã de 12 de março de 1925 em Praga.
Em Novembro de 1920, quando os bolcheviques entraram na cidade, Averchenko conseguiu milagrosamente entrar no último navio a caminho de Constantinopla (actual Istambul).
Os primeiros anos no exílio foram frutíferos. Naquela época, havia muitos russos em Constantinopla, mas Averchenko partiu pelo mundo, vagueando errante.
Em França, ninguém limitou a sua liberdade.
A publicação de literatura anti-bolchevique estava então em voga e Averchenko escreveu vários panfletos satíricos dedicados ao novo poder soviético.
Em 1922, Averchenko mudou-se para a Bulgária e mais tarde para Belgrado. Acabou por se fixar em Praga, onde se tornou muito popular.
No entanto, a vida longe da sua terra e da sua língua foi-lhe difícil. Muito do que escreveu no exílio foram palavras de alienação e de nostalgia pela Rússia.
Neste conto Averchenko revela-nos que todos mentem e que, para o bem ou para o mal, a mentira não é artificial, desviante ou dispensável do acto de viver. Paradoxalmente, é indispensável para a evolução humana. No entanto, por mais fascinante que seja, em ilusão ou estratagema, não substitui a busca enlouquecedora pela verdade.