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Livrologia

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23
Out20

Ciclo de Leitura | Cecília Meireles

livrologia.png

Tudo sobre: Cecília Meireles

 

Antologia Poética

Com poemas de: Viagem; Vaga Música; Mar Absoluto; Elegia 1933-1937; Retrato Natural; Amor em Leonoreta; Doze Nocturnos da Holanda; O Aeronauta; Romanceiro da Inconfidência; Pequeno Oratório de Santa Clara; Canções; Metal Rosicler; Poemas Escritos na Índia; Inéditos.

Cânticos

O que se diz e o que se entende

Ou Isto ou Aquilo

Olhinhos de Gato

22
Out20

Cecília Meireles | Olhinhos de Gato

olhinhos.jpg

Com Olhinhos de Gato termino o meu ciclo de leitura de Cecília Meireles.

E termino com esta reflexão poética sobre a dor da perda, a solidão, a morte e o luto, embalada pelas histórias da ama e pelo afecto da avó, pelas brincadeiras infantis, medos, ensinamentos e descobertas no bairro do Estácio, no Rio de Janeiro, onde Cecília passou a sua infância.

Já sinto saudade do seu traço firme e elegante e há momentos em que Olhinhos de Gato ainda chama por mim, para vir brincar e mostrar os vestidinhos das bonecas, as árvores de fruto, as formas das nuvens que desenham castelos no ar e princesas de além-mar.

21
Out20

Cecília, transformada em nuvem

cecilia_logo.jpg

Cecília deu o seu último suspiro, devido a doença prolongada, dois dias depois de comemorar os seus 63 anos, . 

O Diário de Lisboa escreveu, na altura da sua morte, que:

O desaparecimento de Cecília Meireles privou a literatura brasileira de uma figura de singular altitude e Portugal de uma amizade séria e profunda.

@ Diário de Lisboa n.º 15055, de 12-11-1964, suplemento Vida Literária e Artística, pp. 1 e 7

 

E Sophia, a mesma Sophia que me convenceu a ler Cecília, escrevia um poema em sua homenagem:

 

NA MORTE DE CECÍLIA MEIRELES

Seu canto permanece
Alinhando nas páginas dos livros
Verso por verso letra por letra
Canto de poeta
Canto Interior a tudo

Canto de Cecília
A profunda a secreta
Construtora de um dia
Amargo e ledo
Construtora de um espaço clássico
Num arquipélago nebuloso e medido

Cecília - cinza
As palavras no meio do mar permanecem enxutas.

Sophia de Mello Breyner Andresen | "Antologia", pág. 219 | Círculo de Poesia Moraes Editores, 3ª. edição, 1975

21
Out20

Foi tudo e nada ao mesmo tempo

E como todas essas vidas ainda eram consistentes e limitadas, afrouxou suas moléculas, dispensou qualquer contorno, espraiou-se na fumaça das nuvens, dissipou-se indeterminadamente pelo céu, foi tudo e nada ao mesmo tempo, sem lado de cima, sem lado de baixo, entregue ao campo que há por detrás do mundo, e por onde se rola sem nome, sem figura e sem fim.

Olhinhos de Gato - Cecília Meireles

20
Out20

Como quem despe um vestido

— OLHINHOS DE GATO! Que é que estás vendo, lá longe... . lá longe?

Ela ficava logo perto. Como poderia explicar o que estava sendo, fora da sua vida?...

E tudo era ser e deixar de ser.

Como quem despe um vestido, como quem solta um brinquedo e apanha outro: assim.

Assim facilmente.

Olhinhos de Gato - Cecília Meireles

19
Out20

Cecília, para nós, é só luz

cecilia_logo.jpg

Olho para Cecília encolhida em sua poltrona, iluminando a penumbra do canto da sala.

Vejo-a tão menina olhando o solo e descobrindo na madeira floresta e lendas, deslumbrada de azul! Uma ilha cercada de pontes por todos os lados. Pontes para a ternura, pontes para a poesia, pontes para a alma de cada um.

E olhando-a assim, poesia ela mesma, tão alta e tão pura, percebo porque continua a ser a garotinha à procura do eco, correndo por todos os cantos e por todos os deslumbramentos, sem poder recolher o eco da própria voz: nós somos o seu eco, cantamos o seu canto, sem que ela perceba; somos todos um pouco habitantes de sua Ilha de Nanja “onde as crianças brincam com pedrinhas, areia, formigas”. “Solombra”, a última obra de Cecília, quer dizer só sombra. Cecília, para nós, é só luz.

in A última entrevista de Cecília Meireles por Carlos Willian Leite

@ Revista Bula

Quanto mais leio menos sei
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