O último ponto final de uma história que já não o era.
Tal como na natureza tudo tem lugar na sua estação.
Não é um conto trágico, quando uma nova estação floresce:
Uma grande tranquilidade cobria os campos desertos, os barrancos, toda a imensa estepe russa. Lentamente pairava no ar a penugem dos cardos e dos pegamassos ressequidos. Nos pegamassos estavam pintassilgos. Ali permanecerão todo o dia para, apenas de vez em quando, voarem para outro lado levando consigo a sua vida calma, sedutora, feliz.
Ivan Alekséievitch Bunin foi um famoso escritor, prosador, poeta e tradutor russo.
Ainda em vida, Bunin foi reconhecido como um clássico da literatura russa e tornou-se o primeiro escritor russo a receber, em 1933, o Prémio Nobel da Literatura "pelo verdadeiro talento artístico com que recriou em prosa o carácter russo típico".
Nascido no seio de uma família nobre empobrecida, Bunin era um ávido leitor.
Começou a escrever os primeiros versos aos 7-8 anos, seguindo os exemplos de Aleksandr Púchkin e Mikhail Lermontov.
Devido à falta de meios financeiros, o futuro escritor foi forçado a assimilar os programas escolar e universitário de modo autónomo. Depois de deixar a casa dos pais, em 1889, Bunin nunca teve a sua própria habitação e passou toda a vida em hotéis, casas de outras pessoas e apartamentos arrendados.