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Os pequenos passos tímidos pelas páginas de Knut Hamsun levaram-me primeiro a este conto que, das suas poucas palavras se amplifica numa grandiosidade abismal do que é aparentemente pequeno, mas que se estende pelas vastas planícies do interior do ser humano.
O conto Na Ilha Blåmandsøy conta-nos também das difíceis e complexas relações que se estabelecem entre os habitantes das pequenas ilhas
Como em todas as pequenas ilhas, tudo o que se sente e tudo o que acontece tem um impacto diferente na forma como as pessoas encaram a realidade e se uma pequena alegria poderá traduzir-se no alcançar da plena felicidade, um triste acontecimento ou uma insatisfação poderá desencadear ódios, desejo de vingança e culminar numa tragédia.
Knut Hamsum em Na Ilha Blåmandsøy explora como as relações humanas poderão ser um reflexo da própria natureza envolvente, da mesma forma que nos mostra que o ser humano pode ser escravo dos seus sentimentos e desejos mais obscuros tornando-se na criatura mais solitária de uma pequena ilha, tornando-se também ele uma ilha perdida na imensidão do oceano.
Jorge Alexandre Navarro in rodadoslivros.wordpress.com
Relativamente à evolução de Hamsun como escritor, é muito mais difícil de descrever o seu percurso evolutivo. Ao contrário de praticamente todos os outros escritores que já viveram, Hamsun parece ter surgido totalmente formado, livre de qualquer tradição literária definível, ou mesmo influências explícitas.
Após um longo período de tempo a escrever juvenilia, Hamsun levantou a sua voz aos trinta e poucos anos - e era diferente de qualquer outra que se tinha feito ouvir.
Segundo Hamsun, a escrita daquele tempo era dominada por volumes com enredos laboriosos cheios de conversa fiada e prosa artificial que continha pouca profundidade psicológica e emocional. Hamsun revoltou-se contra todas essas convenções, tornando-se no líder da revolta neo-romântica no virar do século, resgatando o romance da tendência do naturalismo excessivo.
Utilizando um estilo simultaneamente cortante e surpreendentemente lírico, escreveu pequenas histórias, muitas vezes na primeira pessoa, baseadas menos em acções, e mais focadas nas maquinações complicadas, contraditórias e muitas vezes brutais da mente e do coração humanos.
O resultado foi uma série de romances "psicológicos" de tirar o fôlego, que surpreenderam tanto os críticos como os leitores.
Pesquisa, adaptação e tradução livre do inglês de www.theguardian.com e www.britannica.com
Imagem no.wikipedia.org
Imagem burningpyre.blogspot.pt
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