Quando Napoleão invadiu a Rússia, as cenas de destruição afectaram Batyushkov profundamente, de tal modo que escreveu sobre os franceses:
Bárbaros! Vândalos! E esta nação de monstros ousa falar de liberdade, de filosofia, de filantropia!
Não refeito do choque da invasão francesa, um desapontamento no amor provoca-lhe uma crise nervosa, de tal modo grave, que busca refúgio espiritual num mosteiro em Tikhvin.
Porém, a sua depressão iria aprofundar-se cada vez mais e os primeiros sinais de insanidade começaram a surgir. Primeiro numa série de discussões por motivos relativamente insignificantes, mais tarde iriam surgir episódios maníacos.
Queimou os seus livros, destruiu manuscritos e chegou mesmo a escrever uma carta completamente enlouquecida ao Imperador, requerendo a entrada para um mosteiro.
Familiares e amigos cuidaram dele e colocaram-no em alguns tratamentos, esperançosos por uma cura, mas sem sucesso.
Extremamente doente, escrevia textos incoerentes e o seu último poema acaba com os seguintes versos:
Dois eventos na vida de Batyushkov levaram-no pelos caminhos da poesia e a eles se deve, em parte, o poeta em que se tornou.
Os primeiros anos que passou em Pensionnats (escolas privadas com regime de internato), lançaram na solidão um menino, cujo contacto com os familiares era extremamente restrito, sem visitas e com muito pouca correspondência.
Foi a solidão que o levaria a dedicar-se por completo ao russo, ao francês, ao alemão, geografia, história, aritmética e tantas outras disciplinas que lhe permitiram viver o mundo lá fora.
Mais tarde o tempo que viria a passar como secretário da missão diplomática russa em Nápoles iria permitir-lhe entrar em contacto com a cultura italiana. Foi sempre encarado como um italianista, apesar da sua predilecção se ter centrado apenas no passado de Roma, de Pompei, de Baiae e não pela Itália do seu tempo.
Batyushkov fez parte da Sociedade Arzamas fundada por Zhukovsky, mas a sua escrita não foi muito abundante, escrevendo apenas algumas elegias e traduções livres de epigramas gregos.
Apesar da sua parca escrita, os seus versos eram únicos, com uma doçura e suavidade musicais invejáveis, projectando a sua poesia para os holofotes da fama. Dizem os rumores que os seus versos sensuais e melodiosos influenciaram a poesia de Pushkin, mas esse é um segredo que só os deuses conseguiriam desvendar.