Os atenienses carregavam um fardo enorme com a morte de um dos filhos de Minos, Androgeu.
Pela sua morte, o rei Minos exigiu a Egeu, o rei de Atenas, um terrível tributo: a cada nove anos deveria enviar para Creta catorze jovens - sete raparigas e sete rapazes - que seriam colocados no labirinto para serem devorados pelo Minotauro. No momento de se enviar outro grupo de jovens com destino a Creta, Teseu oferece-se como voluntário para os acompanhar.
Ariadne, filha de Minos, apaixona-se por ele e, antes de Teseu entrar no labirinto para combater o Minotauro, dá-lhe um novelo para conseguir encontrar o caminho de volta.
Ariadne fica à entrada do palácio, segurando o novelo que Teseu vai desenrolando à medida que avança pelo labirinto. Para voltar ao ponto de partida, teria apenas que ir seguindo o fio que Ariadne seguraria firmemente.
Quando Teseu encontra o Minotauro, mata-o, libertando os outros treze jovens atenienses sacrificados, fugindo com eles e seguindo o fio de Ariadne para sair do labirinto.
Mas, quando se aproximaram da costa da Ática, ficaram de tal maneira tomados de alegria, ele e o seu piloto, que se esqueceram de pôr ao vento a vela branca pela qual deviam dar significância do seu salvamento a Egeu. O qual, vendo de longe a vela negra e não mais esperando rever o filho, teve tão grande desgosto que se precipitou do alto de um rochedo e se matou.
Com a consumação da paixão de Pasífae (a esposa de Minos) e o touro de Creta nasce um terrível monstro, o Minotauro.
Minos, preocupado com as consequências que o Minotauro poderia provocar ao seu povo e à sua cidade, resolve construir um labirinto na cidade de Cnossos, no subsolo do Palácio de Minos, criado pelo arquitecto e inventor Dédalo.
O labirinto com apenas uma entrada e concebido como uma série de caminhos entrecruzados, a maior parte dos quais levam a becos sem saída e uma passagem que leva a um destino que é o centro do labirinto, é uma representação do mundo do Além, guardado pelo Minotauro que era necessário dominar para atingir o final do percurso, um provável ritual de morte e renascimento.
Ora, quanto ao que se lê de mais honesto nas fábulas dos poetas, não há ninguém que não o cante, por maneira de dizer; mas certo Fênon, natural da cidade de Amatunte, recita-o de forma inteiramente diversa dos outros, dizendo que Teseu foi lançado por uma tormenta à ilha de Chipre, tendo então consigo Ariadne, que estava grávida e tão trabalhada pela agitação do mar que não mais pôde suportá-lo, de tal maneira que ele foi constrangido a pô-la em terra e depois reentrou no seu navio para cuidar de o defender contra a tormenta, mas foi novamente atirado longe da costa, em pleno mar, pela violência dos ventos.
As mulheres do país recolheram humanamente Ariadne e, para reconfortá-la (porque ela se desconfortou extraordinariamente, quando se viu assim abandonada), contrafizeram cartas, como se Teseu lhas tivesse escrito, e, quando ficou prestes a dar à luz o filho, tudo fizeram para socorrê-la: ela, todavia, morreu no sofrimento, sem jamais poder dar à luz, e foi inumada honrosamente pelas damas de Chipre.
Minos era o monarca da ilha de Creta, uma poderosa potência marítima que dominou o Mediterrâneo até ser conquistada por guerreiros micénicos provenientes da Grécia.
O rei cretense dizia ser de origem divina: filho de Zeus e da princesa fenícia Europa. Esta casou-se com Astério, soberano de Creta, que adoptou Minos e os outros filhos que a sua esposa gerara com Zeus.
Quando Astério morre, Minos reclama o trono e, para provar a sua legitimidade, pede a Poseídon que lhe envie um touro, que será sacrificado em sua honra.
O deus dos mares acede ao pedido, enviando o famoso touro de Creta. Quando chega o momento de o matar, Minos, fascinado com a beleza do animal, não o sacrifica. Poseídon enfurece-se e promete vingar-se, acabando por forçar a esposa de Minos, Pasífae, a apaixonar-se perdidamente pelo touro.
Ansiosa por consumar a sua paixão, Pasífae implora ao arquitecto ateniense Dédalo, que construa uma vaca de madeira, onde possa entrar para que o animal se una a ela. Como fruto destes amores, nasce um terrível monstro, o Minotauro.
Horrorizado, Minos decide escondê-lo, fechando-o num labirinto construido por Dédalo.
Porque, quando Teseu foi pedir o combate contra ele, Minos facilmente lhe concedeu, E, sendo costume em Cândia que as damas se achassem nos divertimentos públicos e assistissem a ver os jogos, Ariadne, que ali se encontrava entre eles, foi tomada de amor por Teseu, vendo-o tão belo e tão destro na luta que venceu todos aqueles que se apresentaram para lutar.
Teseu parte para Atenas com as sandálias e a espada do pai para reivindicar o seu direito como primogénito real. Podendo viajar por mar (que era o caminho seguro) ou por terra, seguindo um caminho perigoso à volta do Golfo Sarónico, Teseu decide seguir sozinho por terra, vivendo muitas aventuras pelo caminho.
Quando chega a Atenas, já era conhecido pelos seus feitos, mas o rei Egeu ainda não sabia que ele era o seu filho.
Ao chegar a Atenas, Teseu descobre que Egeu está casado com Medeia que tinha fugido de Corinto após o assassinato de quatro pessoas, inclusivé os seus dois filhos.
Medeia sabia da identidade do herói, mas não o revelou a Egeu e convenceu-o a matá-lo, visto que poderia ser uma ameaça ao seu reinado. Colocou veneno no vinho e ofereceu-o a Teseu, mas o herói tirou a espada para seu conforto à mesa e Egeu reconheceu-o, evitando assim a sua morte.
Afinal, quando chegou a Cândia, ali matou o Minotauro, assim como o descreve a maior parte dos antigos autores, com o meio que lhe proporcionou Ariadne, a qual, tendo-se dele enamorado, lhe deu um novelo de fio, com auxílio do qual lhe ensinou como poderia facilmente sair dos desvios e extravios do Labirinto; e dizem que, tendo exterminado o Minotauro, retornou ao ponto de onde partira, levando então consigo os outros jovens infantes de Atenas, e Ariadne também.