Quem acompanha o Livrologia sabe do meu profundo amor pelos clássicos.
Atribuir a um livro a categoria de clássico pode ser um tema controverso, que pode resultar em opiniões distintas, consoante a experiência de cada leitor.
Para mim um clássico terá obrigatoriamente de conter algumas características específicas, mas de uma forma geral deverá ser uma obra com qualidade, intemporal e universal.
A literatura clássica é uma expressão da vida, da verdade e da beleza, de elevada qualidade artística, considerando, obviamente, a época em que foi escrita.
Um clássico, antes de o ser, não teve obrigatoriamente de ser um sucesso de vendas. Aliás, um best seller não significa automaticamente qualidade literária.
Se um livro foi publicado num passado recente, não é um clássico, embora o termo clássico moderno possa ser aplicado a livros escritos depois da II Guerra Mundial. Um livro precisa de longevidade, de algumas gerações, para alcançar a designação de clássico.
Para ser um clássico, um livro precisa de envelhecer bem, o que significa que terá que fazer sentido para gerações vindouras. As grandes obras literárias são intemporais e universais, conseguindo tocar leitores de qualquer parte do mundo e de qualquer geração. Temas como o amor, o ódio, a morte, a vida e a fé, por exemplo, abordam algumas das nossas respostas emocionais que são transversais a qualquer ser humano.
Sendo relevante para várias gerações, um clássico para o ser necessita de abordar temas universais à condição humana de forma a que resista à passagem do tempo. O mesmo leitor pode ler o mesmo clássico em diferentes fases da vida e descobrir diferentes perspectivas.
Um clássico será marcadamente universal e irá inspirar não só os leitores, mas também outros escritores.