Não quero fechar o capítulo de Baratynsky sem antes deixar aqui algumas palavras finais sobre a sua poesia.
O poeta do pensamento filosofava a cada verso que escrevia: a futilidade do ser, a condenação da arte, a inferioridade da natureza humana, a morte iminente da humanidade. Em cada poema uma reflexão sobre a compexidade espiritual humana.
Depois da sua morte, a sua poesia caiu no esquecimento e é difícil de compreender como se pode esquecer um poeta destes, como tantos outros que já não são lidos, nem lembrados.
Considerado o poeta do pensamento, Baratynsky filosofava a cada verso que escrevia.
O poeta queria uma união mais completa com a natureza e previu que a humanidade caminhava cada vez mais para longe dela e que a discórdia entre o filho da natureza - o poeta - e o rebanho humano seria cada vez maior.
O futuro da humanidade industrializada e mecanizada será brilhante e glorioso no futuro próximo, mas a felicidade e a paz universais serão compradas à custa da perda de todos os valores mais altos da poesia.
Baratynsky por influência de amigos, conseguiria obter a licença do Imperador para se retirar do exército.
Casa-se com a filha do major-general Gregory G. Engelhardt - Nastasya Lvovna Engelgardt - e ficam a viver em Muranovo. Com nove filhos, a vida familiar de Baratynsky parecia feliz, mas uma profunda melancolia se foi abatendo sobre a sua mente e a sua poesia. A sua vida tornou-se insuportavelmente monótona para a sua rebeldia, o que viria a reflectir-se na sua poesia. O humor de Baratynsky evoluiu do pessimismo para a desesperança e a elegia tornou-se na sua forma preferida para expressá-la.
Em 1843 viaja para Paris onde passa o Inverno a frequentar salões literários, onde lia os seus poemas traduzidos em francês, conhecendo poetas como Alphonse de Lamartine e Alfred de Vigny.
No ano seguinte viaja para Nápoles, onde viria a falecer por doença súbita.
Baratynsky foi destacado para um regimento na Finlândia, onde permaneceu durane seis anos, levando uma vida calma e isolada, escrevendo poesia.
Nos seus primeiros poemas tentou escrever de um maneira diferente de Pushkin, que ele idolatrava e considerava o modelo da perfeição. E conseguiu-o, escrevendo num estilo realista e acolhedor, com um toque sentimental. Nos seus poemas sobre a Finlândia, as descrições estão entre as melhores. A natureza rigorosa da Finlândia era adorada por Baratynsky.