Também posso ler consoante o humor
A maior parte das vezes leio só por ler, para ter sensações que me liguem ao sujeito poético.
Também posso ler consoante o humor, tal qual sucede em relação à música, com a diferença que a poesia bate mais forte – a música é uma «droga leve».
Assim, se estou zangado, leio Maiakóvski; se estou cansado, Pessoa; se estou boémio, Rimbaud; se estou esperançoso, Whitman; se estou mordaz, O'Neill; se estou perdido, todos.
Nos dias de chuva descubro-me muitas vezes a ler o Livro de Cesário Verde e nas noites de trovoada navego no paquete de António Nobre, cheiiiinho de medo que vá ao fundo!
Quando quero divertir-me, leio os epigramas do Bocage.
Quando acordo a meio da noite (ou da manhã lol), costumo ter à mão Os Lusíadas, um dos meus livros de cabeceira.
zibaldone.blogs.sapo.pt