Um panfleto político em forma de poema
Um dos poemas mais marcantes de Pauliceia Desvairada é Ode ao Burguês, um poema-caricatura do burguês e uma crítica socialmente acérrima.
Mário de Andrade ridiculariza os burgueses, cujas barrigas crescem na mesma proporção em que os cérebros definham.
O próprio poeta declamou este poema durante a Semana de Arte Moderna de 1922, perante uma plateia que era o alvo dos seus versos:
Eu insulto o burguês!
Mário de Andrade foi vaiado pelos convidados, alguns dos quais tinham contribuído financeiramente para a realização do evento, que não aceitaram a crítica de bom grado.
O poema foi sentido como uma violenta declaração de ódio à aristocracia e à burguesia de São Paulo, pela sua incapacidade de sonhar e de valorizar a espiritualidade. Aliás, o poema é quase um panfleto político contra a sua obsessão pelas aparências e incapacidade de humanidade.